2 de fevereiro de 2012

- Caio Fernando Abreu -


"Você me provoca, você me perturba. Joga água e sai correndo. 
Atira a pedra e me acerta de raspão. Me espia no escuro e mostra a língua. 
Me xinga. Me atiça. Invade o meu sossego. Meu refúgio. 
Pisa no meu ninho com os sapatos sujos. Na minha toca.
 Sem saber o meu tamanho, até onde vai meu bote, você me provoca achando que não há perigo.
 Sem conhecer a força da minha mordida, o tamanho dos caninos. 
Você me provoca sem esperar a picada.
 Sem saber que ainda não inventaram antídoto pro meu tipo de veneno…"

 - Caio Fernando Abreu -


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