27 de abril de 2012

A cor do afeto...




Demorei pra postar, até escrevi umas coisas, salvei como rascunho e decidi por não utilizar. 


Essa semana correu, nem vi direito o tempo passar, talvez porque tudo foi bem demais, agradável demais, dias penosos custam, mas estes não, foram dias incríveis em que me senti absolutamente ótima.
Talvez seja o ânimo de começar, a alegria de festejar qualquer coisa, pessoas, novas risadas, costumes antigos, telefonemas, lembranças, mensagens, leituras, filmes, artes, vícios...
 Talvez apenas a vontade de viver, de acordar, de descansar, de estar, de fugir, de voltar, de sair, de planejar,de dançar, sei lá.
Naquela sala escura eu me sinto bem, mesmo que às vezes insista em calar, há momentos em que  escolho sorrir por dentro, falar com os olhos, abraçar quem não vejo, conhecer o que não se mostra, aceitar o que não mereço, esperar o que não existe.
Há pessoas e pessoas falando a mesma língua que a gente, sentando do nosso lado, observando o quanto somos diferentes, julgando ou apreciando cada detalhe, isso pode ser interessante, pode ser medonho, a curiosidade é uma das melhores coisas que inventaram. 
Em um delicioso diálogo coletivo alguém perguntou sobre minha cor, confesso que foi a pergunta mais gostosa da semana, no  documento sou considerada uma coisa, mas minha alma e um pouco mais de melanina me faz ser outra, muito orgulhosa  por sinal. A vida toda percebi que as pessoas costumam escolher e admirar outras inicialmente através dessa matéria que envolve o corpo,  que encanta aos olhos, que atiça os sentidos ou por causa dela torna outras insuportáveis, todos temos nossas preferências, tem gente que compara como se fosse chocolate, uns gostam do pretinho e o outro do branquinho, como também prefere o leite e o outro café, contanto que você saiba como escolher sem ser indelicado, exemplificando: Uma pessoa querida chega com uma cesta de chocolate negro e você não comeria um que fosse, acredito que você não vai dizer " Não gosto disso, leva embora ", assim é a vida lhe presenteando com pessoas escurinhas, clarinhas, vermelhas, carameladas; Pôxa, o que te custa não receber e ainda assim agradecer por isso. 
Aprendi que pessoas são dádivas, umas eu percebo de cara, agarro pra nunca mais soltar, assim como terão aquelas em que serei gentil, mas nossas mãos não permanecerão unidas, elas se soltam com o tempo e não será por matéria nenhuma, nem cor da íris, tipo de cabelo, será porque dentro de mim o afeto não tem mais cor, não é mais branco e nem preto, nem verde, nem pink, acabaram as matizes.

O meu discurso sobre a cor do amor/amigo, foi meio que bobinho mesmo, já falei disso de tantas outras maneiras e hoje meu coração está tão puro.

Espero de verdade que pensem nisso, que vejam as pessoas como elas são, amando cada pedaço da pele do outro, porque embora tenhamos tons diferentes, somos todos uma paleta de cores.

Só pra constar, não poderia deixar de citar:
 Sou nêguinha, nêgona, negra, mulata, índia, morena, cabôcla, cafuza...
 Você pode me ver como for (até avatar), mas que veja o que sou antes disso.

Beijos em você, meu arco-íris.



Frase da semana : " Fabricando calor humano nessa Fábrica "

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o texto. indo diretamente no assunto e com argumentações interessantes.

Manuella.

robertasamyars disse...

Agradeço por seu elogio.*-*

Beijão, Manuella.