12 de novembro de 2015

inDÉPENDANCE...



Muitos jovens se mudando para subúrbios e bancando a própria vida, buscando independência sem saber lavar a própria roupa, muita juventude podendo chegar bêbada de segunda à segunda, não sabendo tomar café da manhã com suas novas famílias em conveniências financeiras, muitos jovens acreditando que isso é maturidade e crescimento pessoal, embora toda experiência de liberdade traga para si um aprendizado, ser livre dos pais pra ser preso no mundo cruel das aparências parece um pouco mais desagradável, qualquer jovem hoje em dia ganhando um salário aluga um quarto, racha uma kitnet, imita a cultura de outros países e tal, mas nem todo jovem está pronto pra vida, A REAL, aquela do qual a adolescência desconhece, a vida de pensar no futuro com um pouco mais de calma, a vida de planejamento e ligação sentimental nos laços, pois aos poucos os pais irão se mudar pra outro bairro em outro mundo, mais distante e pararão de perturbar, cobrar e proibir, e quando isso acontecer eles farão falta, eles estarão enfim longe como você desejou que estivesse e todos os anos chegando em casa na hora que você quiser irão te fazer sentir solitário, ainda que se tenha uma vida a dois, ainda que a casa conjugada esteja sempre cheia, pois a solidão no mundo dói se não houver uma preparação, se você fugir, se você se ausentar, se você for antes da hora de ir. 
Não estou falando por estar na situação que estou e olha que desejo o mundo inteiro, fui uma adolescente inquieta, mas cada um escolhe a própria vida, cada um sabe a prioridade atual, o presente não é tão longe do futuro como pensam, podemos buscar autonomia de tantas maneiras, sem precisar da fuga de tudo que é verdadeira responsabilidade e que mais na frente se tornará frustração, pois nada volta nesse mundo, nem mesmo a vontade de voltar nos leva ao passado, nem os trocados que deixamos na mesas juntos a cupons ficais nos darão conhecimento, é uma espécie de sabedoria momentânea, embora a gente saiba o quão inesquecível foi o dia em que nos tornamos amigos, sorrimos e brindamos, comemoramos a juventude que a cada encontro fica um pouco onde fomos, nos deixando pálidos por dentro, ao ler tudo novamente antes de continuar, me senti uma idosa voltando aos dias atuais e o engraçado, fez mais sentido que tudo que falei a vida inteira.
Não posso negar ou ser hipócrita, a mesa sempre é agradável, a noite sempre uma festa, os porres são divertidos, pois nada levaremos desses dias além da alegre sensação saudosista de vivermos intensamente, curtindo cada milésimo de segundo pessoas que talvez não estejam com a gente daqui 5 anos, engraçado é termos essa certeza com alguns, embora com outros o coração diga ser eterno.
PS: Não julgo toda saída ruim, não julgo todo ficar como bom.

Às vezes me pergunto: 
Será que estão vivendo pra não morrer? 
Ou  existindo em lugares para não serem esquecidos ?
 Será que eles querem  ser aceitos? 
Coisas que talvez daqui uns anos eu possa refletir e responder.

Não espero que a juventude mude,  desejo que mudem seus pensamentos, sejam esse fogo na palha, essa vida ambulante, risos ao vento e copos cheios de alguma coisa que não seja solidão, pois isso dói em qualquer idade, mas quanto maior for mais intensa será.
Costumo dizer que não vivi fases, tive várias vidas pra viver da maneira que me parecia melhor, todas elas foram felizes mesmo quando eram tristes. rs

Eu gosto muito de pessoas, gosto muito da juventude, não digo o que é certo pra ninguém, cada um sabe ou saberá um dia, me levo a reflexão sempre que devo tomar decisões, talvez isso me torne diferente de muitos, talvez sejam sentimentalidades, talvez seja praticidade, talvez seja sábio, mas só tive intenção de ser sabiá.

Saibam vocês que cada escrito meu é poesia aos meus olhos, é crônica dos meus dias, versos de minha maioridade, pois no mundo a gente só cresce pensando. Aqui não é manual, não é auto-ajuda, não é livro de como seguir a vida, apenas escritos de quintal.

I. Ontem calejei os pés.
II. Ontem corri por terras que conheço demais.
III. Ontem estive perto de um ser que  desconhecia a matéria e conhecia o espírito.
IV. Ontem falei de arte como quem fala de comida estando com fome.
V. Ontem fui mais feliz que hoje, pois acordei doente. rs
Beijos e reflexões.

Roberta S.





2 comentários:

Kah Lima disse...

Bem reflexivo mana... Parabéns pelo texto!

robertasamyars disse...

Obrigada, mana. 💖