2 de novembro de 2016

Un café, saveur et douleur...

Salut,

Aqui mais uma vez depois de meio século, o que não julgo ser muito.
Um grande intervalo de tempo e mudanças gigantescas, mas como aqui não é um diário (especificamente) então tenho a escrever o mais irrelevante.

Primeiramente, BONJOUR!!!!!
Hoje é dia de finados, muito tarde pra chorar (de uma música triste da adolescência.)
Diante de um e-mail recebido ontem, a vontade de escrever aqui voltou com gosto de gás, então vou meter bala. (doces, gente, doces).

Sobre minha vida contemporânea tenho a acrescentar, nunca me senti tão livre como agora, não me refiro a baladas, nem falo de solteirice (je ne suis pas célibataire), mas de uma liberdade cujo significado é bom, é certo, é agradável. Quando chega certa idade a gente fica assim mesmo, meio maricona (beeessha velha), as reflexões são menos abstratas, aquelas noias de antigamente não afligem mais, em compensação as preocupações são outras, essas o bicho pega, essas preocupações não se referem apenas a nós mesmas, ou nossos grupos juvenis, ihhhh, ferrou, estou escrevendo como uma velha, uma velha que joga pokémon go, que desce em escorregadores e aposta corrida as vezes, mas é isso, a gente vai amadurecendo mesmo com a alma jovem, embora acredite que essa minha alma envelhecia rápido, lutava contra meu corpo jovem diversas vezes, não me cansava, mas fazia um estrago na mente.

Esses dias me peguei revirando e-mails antigos de um amigo que não está mais nesse plano, um amigo que conheci há mais de 10 anos, porém sua amizade não durou nem 5, alguém o tirou da minha vida com violência, ele estava sempre por aqui, e nossos encontros marcados se desencontraram todas as vezes, eu tinha um receio de vê-lo, tínhamos algo em comum que eu preferia não falar, hoje lido melhor com nossas verdades e segredos, sim nós já falamos de coisas que nunca disse a ninguém, me deu sua senha e login porque confiava em nosso laço, depois disso não ouvi mais falar, ele se foi, mas estranhamente ainda está aqui hoje, ontem, naquela cidade que por acaso visitei quando ele não estava mais na época. Lembro do seu rosto, do seu cabelo, do seu sorriso e a risada no telefone, meu caro, hoje revirando notícias de jornais me deparei contigo, abracei você pela primeira vez, e a foi a sensação mais estranha da minha vida.Descanse em paz, cara,  queria ter te encontrado, um dia quem sabe a gente se esbarra nos jardins por aí. (Lucas, obrigada por ter existido.)

Que mórbido, esses dias as imagens em minha cabeça foram tão intensas, todas aquelas pessoas no qual eu toquei a alma, a vida, a mão, me sorriram, só pode ter sido a data, ou algo assim, lembrei do Cláudio e sua gentileza, lembrei também da garota gótica de sobrenome estrangeiro que me sorriu bem dizer dia desses, numa avenida lotada, numa parada de ônibus, ela levou na lembrança meu sorriso, ainda bem que sorri pela última vez, por que pessoas vão embora o tempo todo.

Havia pensado em escrever coisas totalmente diferentes, mas quando chego até aqui as coisas mudam, ia escrever sobre um arquivo recebido, acabei lembrando de uma mensagem da década passada, seria estranho se não fosse assim, seria estranho se EU não fosse assim.

Próxima vez que escrever nesse espaço, sinto que brevemente, pois verdades e fatos estão entulhados e agora sou obrigada a arrumar minhas bagunças, minha vida, meus guardados.


À bientôt, mesdames et messieurs.


Baisers pour qui est vivant et qui sont morts. :*






Um comentário:

Anônimo disse...

Estive aqui!

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