(Fotografando o poeta)
Em uma tarde na Praça do Ferreira me deparei com esse homem bêbado e trôpego, não o conhecia nem mesmo por nome (não sei como), nem sabia que ali estava um homem literato, diante de mim passava o escritor e poeta que hoje perambula por Fortaleza maltrajado, encontrei-o por acaso e considerei que teria de fazer esse registro, agora conhecido para mim embora não tenhamos trocado uma palavra, li um pouco sobre e lamento que um autor cearense tão conhecido tenha chegado a um estado crítico de abandono.
Sinopse- Mário Gomes: Poeta, santo e bandido (Márcio Catunda)
A vida de Mario Gomes merece um folhetim e até mesmo um filme. Aventureiro, largado, marcado por um folclore boêmio, inclusive por coisas bizarras com um internamento fora de hora num hospital psiquiátrico, por conta de uma alegria repentina e de uma loquacidade estranha, produto de dias a fio bebendo cachaça sem botar os pés em casa."
Poema: AÇÃO GIGANTESCA
Beijei a boca da noite
E engoli milhões de estrelas.
Fiquei iluminado.
Bebi toda a água do oceano.
Devorei as florestas.
A Humanidade ajoelhou-se aos meus pés,
Pensando que era a hora do Juízo Final.
Apertei, com as mãos, a terra,
Derretendo-a.
As aves em sua totalidade,
Voaram para o Além.
Os animais caíram do abismo espacial.
Dei uma gargalhada cínica
E fui descansar na primeira nuvem
Que passava naquele dia
Em que o sol me olhava assustadoramente.
Fui dormir o sono da eternidade.
E me acordei mil anos depois,
Por detrás do Universo.
(Mário Gomes)
Beijos literários !
Roberta Sâmya .
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