“Apesar de o Rio Grande do Sul ser um estado machista, não é tão preconceituoso como os outros”. A afirmação é de Marcelly Malta, presidente da ONG Igualdade RS, primeira travesti do Brasil a ter a carteira de identidade civil com o nome de mulher. Em comemoração ao Dia Internacional do Orgulho Gay, festejado hoje, os principais símbolos de Porto Alegre receberão iluminação com as cores do arco-íris, que representam a diversidade. Entre os locais iluminados estão o Palácio Piratini, a Secretaria de Saúde, o Centro Administrativo e o Monumento ao Expedicionário. Desde a noite de ontem alguns pontos da Capital já podiam ser vistos com a iluminação.
A data foi instituída em 28 de junho de 1969, quando um grupo de gays, lésbiscas e travestis se rebelaram contra a polícia que pretendia fechar o bar Stonewall Inn, localizado no centro da zona gay da cidade de Nova Iorque. Para Marcelly, a sociedade não sabe o significado desse dia, por isso as luzes coloridas nos pontos da cidade seriam uma forma de chamar a atenção das pessoas. Será realizada hoje, a partir das 19h, uma caminhada iluminada com velas e lanternas coloridas, aberta à população, pelo parque da Redenção, e uma vigília ocupando a cidade de Porto Alegre com luzes e cores.
A iniciativa vem ao encontro dos avanços em relação aos direitos do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) obtidos pelo Judiciário no Brasil. Em maio de 2011, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união homoafetiva como entidade familiar. Segundo Sandro Ka, do grupo Somos, no Rio Grande do Sul já existiam registros de união estável antes de 2011. A partir desse ano as uniões estáveis puderam ser revertidas para o casamento. O Brasil teve sua primeira decisão judicial no Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedendo o direito a duas mulheres de casar, em outubro de 2011, processo movido pelo Somos. Apesar disso, no País não é crime o preconceito. “O projeto de lei que criminaliza o preconceito e crimes contra homossexuais está parado há sete anos, dependendo do comprometimento político”, afirma Ka.
Em relação ao casamento, Marcelly diz que para gays e lésbicas, travestis e transexuais o que importa é respeito e dignidade acima de tudo, além da questão da repressão à violência. Para ela, infelizmente, o travesti representa na sociedade o sinônimo de prostituição.
“A travesti é vista na noite como profissional do sexo. Nesse momento ela é importante para o homem, mas durante o dia ele vira a cara, podendo até cuspir no chão e chamar de ‘viado’. A maioria das denúncias que recebemos é nesse campo, parece que não somos seres de direitos humanos”, lamenta a presidente da ONG Igualdade RS.
A data foi instituída em 28 de junho de 1969, quando um grupo de gays, lésbiscas e travestis se rebelaram contra a polícia que pretendia fechar o bar Stonewall Inn, localizado no centro da zona gay da cidade de Nova Iorque. Para Marcelly, a sociedade não sabe o significado desse dia, por isso as luzes coloridas nos pontos da cidade seriam uma forma de chamar a atenção das pessoas. Será realizada hoje, a partir das 19h, uma caminhada iluminada com velas e lanternas coloridas, aberta à população, pelo parque da Redenção, e uma vigília ocupando a cidade de Porto Alegre com luzes e cores.
A iniciativa vem ao encontro dos avanços em relação aos direitos do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) obtidos pelo Judiciário no Brasil. Em maio de 2011, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união homoafetiva como entidade familiar. Segundo Sandro Ka, do grupo Somos, no Rio Grande do Sul já existiam registros de união estável antes de 2011. A partir desse ano as uniões estáveis puderam ser revertidas para o casamento. O Brasil teve sua primeira decisão judicial no Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedendo o direito a duas mulheres de casar, em outubro de 2011, processo movido pelo Somos. Apesar disso, no País não é crime o preconceito. “O projeto de lei que criminaliza o preconceito e crimes contra homossexuais está parado há sete anos, dependendo do comprometimento político”, afirma Ka.
Em relação ao casamento, Marcelly diz que para gays e lésbicas, travestis e transexuais o que importa é respeito e dignidade acima de tudo, além da questão da repressão à violência. Para ela, infelizmente, o travesti representa na sociedade o sinônimo de prostituição.
“A travesti é vista na noite como profissional do sexo. Nesse momento ela é importante para o homem, mas durante o dia ele vira a cara, podendo até cuspir no chão e chamar de ‘viado’. A maioria das denúncias que recebemos é nesse campo, parece que não somos seres de direitos humanos”, lamenta a presidente da ONG Igualdade RS.
Cristina Duarte
28 de junho - Dia Internacional do Orgulho Gay e Lésbico Nova York, 28 de junho de 1969. Greenwich Village. Bar Stonewall. Como sempre acontecia, a polícia dava constantes batidas no local, de clientela homossexual e, a pretexto de manter a ordem, espancava os freqüentadores. Neste dia os homossexuais resolveram resistir e expulsaram os policias a força. Eles retornaram com reforços e o local se transformou, durante os dois dias seguintes, numa verdadeira praça de guerra. Barricadas de um lado e a polícia de outro. Os homossexuais contaram com a solidariedade dos habitantes locais e tudo só acabou com a decisão do prefeito de acabar com a violência policial. Stonewall era um bar freqüentado por gays, lésbicas e travestis em Nova York no final da década de 60 que se destacava dos outros por permitir que os casais de mesmo sexo dançassem à vontade. É claro que, como todos os outros bares do gênero da cidade, Stonewall estava sujeito a ocasionais batidas policiais sob um pretexto qualquer - geralmente por falta de licença para vender bebidas alcoólicas. Durante essas batidas, os policiais além de fechar o estabelecimento, curiosamente, levavam presos todos os homens ou mulheres que estivessem travestidos. No dia 28 de junho de 1969 o bar Stonewall foi local de mais uma batida policial - mais uma vez sob a alegação de falta de licença para a venda de bebidas - e todos os travestis que se encontravam no bar foram recolhidos. Mas, ao contrário das outras vezes, as pessoas que foram liberadas pela polícia resolveram resistir; em solidariedade aos que foram presos. O clima foi ficando cada vez mais tenso. Gays e lésbicas de um lado e policiais do outro. E travestis, presos. Trecho do Village Voice: “De repente, o camburão chegou e o clima esquentou. Três das mais descaradas travestis - todas em drag - foram empurradas para dentro da viatura, junto com o barman e um outro funcionário, sob um coro de vaias da multidão. Alguém gritou conclamando o povo a virar o camburão. Nisso, saía do bar uma lésbica, que começou uma briga com os policiais. Foi nesse momento que a cena tornou-se explosiva. Latas e garrafas de cerveja começaram a ser atiradas em direção às janelas e uma chuva de moedas foi lançada sobre os tiras...” Quando viram a multidão enfurecida, os policiais se refugiaram dentro do próprio Stonewall para se proteger. Enquanto os homossexuais começaram literalmente, a pôr fogo no bar. Acuados, os tiras apontaram extintores e mangueiras, jogando água em direção à multidão furiosa. Logo depois chegaram reforços policiais que tentaram dispersar o grupo rebelde. Mas de nada adiantou: o pessoal não saiu dali e voltou a se agrupar para vaiar os policiais atirando pedras, tijolos, garrafas e colocando fogo nas latas de lixo. Quando finalmente conseguiu acalmar a situação, a polícia voltou para a delegacia com um saldo de 13 presos. No dia seguinte os policiais voltaram ao bar. Mas a multidão de gays, lésbicas e travestis também voltou mais organizada, com uma atitude mais política, e alguns começaram a pichar frases nas vitrines e nas paredes, reclamando direitos iguais. Outros gritavam exigindo o fim das batidas nos bares gays. Novamente a multidão atirou pedras e garrafas em direção aos policiais e novamente a polícia investiu contra os manifestantes. No terceiro dia, um domingo, as coisas pareciam ter voltado ao normal e o bar Stonewall foi reaberto. Seus clientes habituais voltaram, a polícia os deixou em paz por um tempo e os jornais acabaram se ocupando de outros assuntos. Mas na verdade tudo havia mudado. A partir daquele dia, aqueles gays, lésbicas e travestis perceberam que nunca iriam ser aceitos pela sociedade se ficassem apenas esperando e dependendo da boa vontade da sociedade. A rebelião mostrou a eles que a atitude que deveria ser tomada era a do enfrentamento. O discurso mudou. Nada mais de pedir para ser aceito: era preciso exigir respeito.
Ansiosa pra ver as fotos das luzes no Sul ,estou orgulhosa por este dia e por cada conquista feita pelo movimento LGBT.
Hoje é aniversário do meu amigo lindo, Dan. Parabéns pra ele.
Beijos com orgulho ;*
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